Inquietação

Sobre a inquietação

Nem todo mundo, é verdade, se permite questionar e enfrentar a possibilidade de viver uma mudança que pode impactar sua vida, “para sempre”.

Há aqueles que em algum momento percebem o que atribuem de “chamado”, mas ignoram. Há aqueles que passam a vida inteira se perguntando “e se eu tivesse (…)”, assumindo a consciência de que não ousaram ser corajosos - e há aqueles que simplesmente nunca perceberam e seguiram a linha da vida e foram/são muito felizes sem os sobressaltos que passam os inquietos.

Há aqueles que já nascem desconfortáveis e buscam insistentemente a resposta, até que se sintam adequados, cabendo n’algum lugar, n’alguma forma de viver ou que, inclusive, morrem sem achar esta adequação, mas que passam a vida tentando, experimentando e aprendendo em cada “inconformidade”.

Há, também, aqueles que sentem e se permitem “deixar levar”, até que enfim possam agir, mesmo sem saber muito bem como. É, para estes, que a inquietude vem silenciosa, devagar, literalmente, por “um dia de cada vez”. Nestas pessoas, n’algum momento, parece que o trabalho, “do nada”, deixa de ser atraente, legal, motivante, interessante. Os amigos passam a não ter mais a ver com a pessoa, os programas não agradam, as reuniões são enfadonhas e cada atividade parece demandar séculos de execução.

Uma crise é uma coisa terrível para se desperdiçar (...). Felizmente, quando as crises nos param em nossas trilhas, elas podem também nos fazer parar e pensar, e pensar pode ser o início do processo de criar sentido no trabalho e em todo o resto (...). Uma vez que somos jogados pra fora de nossos rumos habituais, pensamos que tudo está perdido; mas é só aí que o novo e o bom começam
Dave Ulrich

Aos poucos, no dia a dia, é que se percebe que o cansaço é maior do que a empolgação da academia, do futebol, da aula de dança ou de idiomas. A tevê nunca foi tão agradável e a dispensa de sair para se divertir passa a ser, também, frequente - até do cinema você começa a reclamar e atribuir à sala fria o seu mau humor.

Aqui vai uma dica para te ajudar a se inspirar nesse momento de transição.

Simon Sinek, How great leaders inspire action

O desânimo e a irritação aumentam com frequência e intensidade. É denso. Tenso. Algumas pessoas começam a pensar “o que mudou?, se antes era tão legal?”. Pode ser o chefe, a pressão do mercado, a mudança de cliente. O término do namoro. A doença da vó. Enfim, pode ser sim “um milhão de coisas”, mas o segredo da identificação está em externalizar o que te chateia e, então, avaliar que mesmo se o chefe mudar, o ambiente melhorar, o cliente voltar a ser agradável, se, ainda assim, sua vida não ficar mais “tudo bem” é porque a crise é com você mesmo.

No livro “A Alma Livre”, do Michael A. Singer, ele diz que "você tem que quebrar o hábito de pensar que a solução para seus problemas é reorganizar coisas fora”, porque “nenhuma solução pode existir enquanto você está perdido na energia de um problema”; ou seja, para entender o que de fato é, é preciso distanciar e buscar, em si, honesta e verdadeiramente, a raiz que causa todas as suas reações ao que é, aparentemente, externo.

Então, não são as outras pessoas e “as coisas”. É você. E se você se identifica com esta energia e sensações, com este estado de ser e estar, bem-vindo ao primeiro passo dessa infinita jornada que te levará além de si mesmo.

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